quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Martelo na casca do dia

Sempre o martelo na casca do dia,
a luz contando as talas da janela.
São sempre os sinais sem alegria,
primeiros minutos, soprada a vela.

Rosangela espreme e lava as horas,
mas as roupas jamais se limparão.
Sua cantarola é feia (o cão adora)
e a água da manhã ela joga ao chão.

Sempre na caminhada uma notícia:
morreu jovem sadio de repente!
Agiu Ela outra vez com imperícia,
ninguém  há que adivinha o doente.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Deus me deu um novo amor

Deus me deu um novo amor
no velho amor, finda a cota.
Chamado outra vez Amor, 
do veio antigo ele brota.

Alcançando a luz seu cerne
ei-lo bem mais forte agora.
Ruída a velha epiderme
outra nascendo revigora.

Por si se erguendo, esse Amor
veio à margem são e salvo.
Veio do fundo e sem dor,
fez de mim de novo o alvo.

Provando a morte em vida,
verde Amor resiliente,
esse Amor de duas vidas
viverá além da gente.