terça-feira, 12 de junho de 2012

Passo para o silêncio


Aderi ao silêncio, agora amigo.
Recuei o combate pela paz.
Consegui armísticio com as estrelas.
Há uma trégua do anjo que sumiu
cobrindo-se com a noite em meio a luta.

Ouço a música agônica de um cão,
da estrela insensível e do trem.
A maciez do gato tange a lua,
o perigoso amor como que busca.

Aderi pro silêncio existir.
Dá para ouvir cantar assombrações,
(passa Mário Quintana na janela),
vem passear cansado lá do sul!
No novo silêncio as velhas chuvas;
agora escorre um mar na rua seca.

Vem do lado de lá um barco frio,
sem casa, sem farol, vem me levar.
O vento de sereias vem de longe,
o vento traz as flores e o destino.


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